A transformação digital torna-se cada vez mais importante para as organizações independentemente do seu tamanho ou posição de mercado. Esta traduz-se pela alteração de produtos, processos e estratégias dentro da organização, permitindo aumentar a competitividade num ambiente cada vez mais digital.
No entanto, o significado deste conceito ainda não se encontra perfeitamente compreendido uma vez que é necessário uma verificação e reinvenção da maioria das áreas de uma organização. Levantam-se questões como: quais os passos necessários para empreender esta estratégia? é preciso desenhar novas “funções” ou recorrer a uma consultora para iniciar esta transformação? quais os processos que devem ser alterados? será que é realmente necessária?
Em termos gerais, podemos definir transformação digital como a integração de tecnologia em todas as vertentes do negócio, resultando em mudanças fundamentais na sua operacionalização e na criação de valor para os clientes. Sendo este um processo que difere em cada organização é difícil apontar uma definição que se aplique a todas.
Além disso, é uma mudança que desafia a cultura organizacional e que exige um nível de colaboração elevado para dar continuidade a uma constante alteração de práticas. Estando presente a experimentação de novos processos e onde é necessário estar confortável com os erros que eventualmente podem surgir. Significando, por vezes o afastamento de processos sobres os quais as organizações foram criadas em detrimento de novas práticas que ainda não estão consolidadas.
Existem algumas razões para que as empresas optem pelo processo da transformação digital, mas a razão mais provável é porque para continuarem a existirem é crucial fazerem-no.
Uma vez que, “Mais acesso a informação. Rapidez. Mobilidade.” são segundo Sara Ribeiro no seu artigo Digital transformation: Como chegar aos clientes na era do digital? alguns dos princípios “considerados estratégicos pelas organizações para a implementação da transformação digital nas suas áreas de negócio e considerados como fundamentais pelos consumidores.”
Este processo é algumas vezes considerado como uma escolha arriscada e dispendiosa, sendo apenas implementado quando os negócios falham na sua evolução e desenvolvimento. No entanto, a “sobrevivência” não deve ser a única razão pela qual as empresas devem liderar um processo de transformação digital. Aliás, para qualquer organismo prosperar tem de saber adaptar-se e a transformação digital é uma realidade cada vez mais presente. O foco deve centrar-se em garantir a colaboração de toda a estrutura organizacional com o objetivo de implementar este processo de uma forma estável e correta.
Os stakeholders vão agradecer, quer sejam clientes ou colaboradores. As pessoas no seu dia-a-dia já adotaram práticas digitais como compras online, através do smartphone, e estão à espera que as empresas consigam acompanhar esta tendência cada vez mais digital. Até porque, este processo torna as empresas mais lucrativas e eficientes.
Apesar da transformação digital variar conforme os desafios e exigências específicas de cada organização, existem alguns pontos-chave que devem ser considerados antes de se embarcar neste processo, tais como: a experiência do utilizador, agilidade operacional, liderança e cultura organizacional, recetividade da força de trabalho e integração de novas tecnologias digitais.
Atualmente existem alguns apoios que vão de encontro à transformação digital como o sistema de incentivos Inovação Produtiva inserido dentro do programa Portugal2020, que permite investimentos em hardware e software.
Os incentivos a conceder no âmbito deste apoio são calculados através da aplicação às despesas consideradas elegíveis de uma taxa base máxima de 35%, a qual pode ser acrescida de majorações, não podendo a taxa global ultrapassar 75%. Ou seja, é um incentivo concedido sobre a forma de empréstimo sem juros, com uma maturidade de 8 anos e caso o projeto tenha sucesso este incentivo pode passar a um incentivo não reembolsável. Podendo ser concedida uma isenção de reembolso de uma parcela do incentivo reembolsável até ao limite máximo de 50%, em função do grau de superação das metas.
Existe também um apoio que permite a contratação de serviços de consultoria na área da transformação digital como é o caso do Vale Inovação. O incentivo a conceder, aos projetos neste âmbito é calculado através da aplicação às despesas elegíveis de uma taxa máxima de 75%.
Por outro lado, estão também disponíveis os incentivos fiscais que permitem apoiar o investimento elegível entre 10% a 25%. Estes são os incentivos mais indicados e que podem ser utilizados no apoio à transformação digital.
A transformação digital ajuda as empresas a manter o ritmo de desenvolvimento ao nível dos desejos dos consumidores, permitindo acompanhar e melhorar a competição num mercado que se altera constantemente à medida que a tecnologia surge. Desta forma, a transformação é necessária para qualquer negócio ou organização que pretenda continuar a prosperar no futuro.